Falta de verba desativa radares em rodovias federais e eleva riscos no trânsito

Publicado em 18/08/2025 por Rádio Cidade FM

Tecnologia

Fonte: DNIT

Desde 1º de agosto, os radares de controle de velocidade em 66 mil quilômetros de rodovias federais brasileiras, incluindo 14 mil km de estradas concedidas e 2.970 faixas de monitoramento, estão inativos devido a um corte no Orçamento de 2025. A medida, que deixou milhares de motoristas sem fiscalização eletrônica, aumenta o risco de acidentes e mortes no trânsito. O Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), gerido pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), previa R$ 364 milhões para este ano, mas recebeu apenas R$ 43,36 milhões, insuficientes para manter os contratos e a operação dos equipamentos.

A suspensão compromete o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), conforme aponta a Senatran. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que o excesso de velocidade é uma das principais causas de acidentes fatais. Em 2014, os sinistros em rodovias federais geraram um custo social de R$ 12,8 bilhões, equivalente a R$ 22,6 bilhões corrigidos pelo IPCA. O orçamento atual do PNCV representa menos de 0,2% desse valor, evidenciando a gravidade da restrição financeira. Em 2024, as rodovias registraram 6.160 mortes e 53 mil feridos, números que, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), podem crescer sem a fiscalização eletrônica.

A Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans) reportou um aumento de 802,55% nas infrações sem multa em 201 faixas monitoradas, totalizando 17 mil casos até 12 de agosto. Para mitigar os impactos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sugere melhorias na sinalização, iluminação, campanhas educativas e o uso de radares móveis. O Dnit também solicitou R$ 180 milhões extras à Casa Civil, mas o Ministério do Planejamento informou que a liberação depende de “espaço fiscal” e só será discutida em 2026. O Ministério Público Federal (MPF) acompanha o caso.

A paralisação dos radares reflete os desafios orçamentários na gestão da segurança viária. Especialistas alertam que a ausência de fiscalização eletrônica pode incentivar comportamentos de risco, como o excesso de velocidade, agravando o cenário de acidentes. Enquanto os recursos não forem restabelecidos, as autoridades buscam soluções emergenciais, mas a falta de monitoramento eletrônico permanece um obstáculo crítico para a segurança nas rodovias federais.

Fonte(s): Rádio Alvorada 94,5 FM